Sociedade civil católica, destinada à difusão da Cultura Ocidental e à atuação política em defesa da família, em observância à Doutrina Social da Igreja.

Vida de Santa Marta

Hugh Pope, Enciclopédia Católica

Mencionada apenas em Lc. X,38-42 e Jo. XI, 12, ss. A forma aramaica aparece em uma inscrição nabatéia encontrada em Pozzuoli, e agora no Museu de Nápoles, é datada de 5 d.C. (Corpus Inscr., Semit., 158); também em uma inscrição de Palmira, onde a tradução grega tem a forma Marthein, 179 d.C. 

São João representa Maria, Marta e Lázaro como residentes de Betânia, mas São Lucas parece implicar que, pelo menos por algum tempo, eles viveram na Galiléia. Ele não menciona o nome da cidade, mas pode ter sido Magdala, e assim, assumindo que Maria de Betânia e Maria Madalena são a mesma pessoa, entendemos a denominação “Madalena”. As palavras de São João (XI,1) parecem implicar uma mudança de residência para a família. Também é possível que São Lucas tenha mudado o incidente descrito no capítulo 10. A semelhança entre a descrição de Marta dada por Lucas e aquela dada por João é muito notável. São João parou na relação de parentesco entre o Salvador do mundo e a humilde família que São Lucas descreve quando nos diz que “Jesus amava Marta e sua irmã Maria e Lázaro” (XI.5). Mais uma vez, a imagem da angústia de Marta (Jo XI,20-21,39) coincide com a imagem de que ela estava “ocupada em muitas tarefas” (Lc X, 40); também em Jn. XII.2: “Eles fizeram um jantar lá. Marta serviu”. Mas São João nos deu uma visão do outro lado mais profundo de seu caráter quando descreve sua crescente fé na divindade de Cristo (XI,20-27), uma fé que foi o motivo das palavras: “Eu sou a ressurreição e a vida”. O evangelista indicou belamente a mudança que tomou conta de Marta depois daquela entrevista: “Quando ele disse essas coisas, saiu e chamou sua irmã Maria, dizendo: O Mestre chegou e ele te chama”. 

Dificuldades surgiram em relação à Última Ceia em Betânia. São João parece colocá-lo seis dias antes da Páscoa e, como alguns concluem, na casa de Marta; enquanto a história dos sinóticos a coloca dois dias antes da Páscoa e na casa de Simão, o leproso. Não temos que tentar evitar essa dificuldade afirmando que houve dois jantares; porque São João não diz que o jantar aconteceu seis dias antes, mas somente que Cristo chegou a Betânia seis dias antes da Páscoa; nem diz que foi na casa de Marta. Certamente estamos justificados em argumentar que, desde São Mateus e São Marcos eles colocaram a cena na casa de Simão, deve ser entendido que São João quis dizer o mesmo; resta demonstrar que Marta não poderia “servir” na casa de Simão. 


Fonte: Pope, Hugh. “St. Martha.” The Catholic Encyclopedia. Vol. 9. New York: Robert Appleton Company, 1910. 29 Jul. 2019 <http://www.newadvent.org/cathen/09721b.htm>.

Traduzido por Ruan Gabriel.

[Segue abaixo oração à santa, por ocasião de sua festa, a 29 de julho, extraída do Missale Romanum, ed. Vozes, 1943.]

OREMOS

Ouvi-nos, ó Deus, nosso Salvador, para que, celebrando com alegria a festa da bem-aventurada Marta, vossa Virgem, sejamos animados dos sentimentos de uma terna devoção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
OREMUS

Exáudi nos, Deus salutáris noster: ut per festum celebrantes diem pars est gaudium de beatæ Marthæ tuus Virgo, quae nobis excitatur in affectus de benignum. Per Jesum Christum Dominum nostrum.