Sociedade civil católica, destinada à difusão da Cultura Ocidental e à atuação política em defesa da família, em observância à Doutrina Social da Igreja.

Solenidade de S. Pedro e S. Paulo

Cristo Ressuscitado rodeado por S. Pedro, S. Paulo e dois anjos, por Antonis Mor.

D. Crisóstomo d’Aguiar

Desde o século III, a data de 29 de junho, consagrada a celebrar a glória dos dois Apóstolos, fundadores da Igreja romana, tem sido querida a toda a alma católica.

Pedro, primeiro Chefe visível da Igreja, que cristo confiara aos seus cuidados, fixou residência em Roma, e assim fez da Cidade Eterna, a sede do Primado.

O nosso espírito todo se compraz na contemplação destas duas admiráveis figuras. Uma mesma força invencível da graça aproxima estes dois homens, de caráter tão diferente, e faz de ambos colunas da Igreja nascente.

Assinalemos somente neles como distintivo do gênio de um e de outro a fé, fé profunda, que foi o princípio primário da sua eminente santidade e da sua irresistível ação. Pedro prolonga a presença de Jesus na sua Igreja, não tanto pela autoridade e poder de jurisdição em que está investido, como ainda e sobretudo porque está animado do seu espírito; Paulo “que já não vive a sua vida, mas a de Jesus”, exala essa “vida” numa admirável teologia, fonte inexaurível de ensinamentos.

Pensamos acaso na dívida que contraímos com os dois grandes Apóstolos? Outrora nas nossas regiões esta festa igualava, em esplendor e brilho, as maiores solenidades; hoje, tristes concessões diminuem o fervor cristão, e já se não nota entre os fieis o mesmo amor piedoso para com o primeiro dos Papas e para com o Doutor das Gentes. Contrariemos este arrefecimento de admiração, e tenhamos por dever unirmo-nos a toda a Santa Igreja para glorificar S. Pedro e S. Paulo, assistindo à Missa, e comungando, com o pensamento nas intenções do sucessor de S. Pedro. A divina Providência vela sobre ele, e a narrativa da miraculosa libertação de S. Pedro, obtida graças às orações de toda a Igreja, disso é prova (Epístola). Deus olha certamente por sua Igreja, mas quer que os fieis orem por seus chefes: o Papa, os bispos e os sacerdotes. todos, ainda que em grau diverso, são seus patriarcas e príncipes (Gradual). S. Pedro, quando professou num momento solene a sua fé em Jesus Cristo, recebeu como recompensa a promessa de Nosso Senhor, que lhe comunicaria todo o seu poder, estabelecendo-o Chefe visível da assembleia dos cristãos (Evangelhos). Ao ouvirmos tão magníficas promessas, renovemos a nossa fé, o nosso respeito, e o nosso amor, para com o Vigário de Cristo na terra, lembrando-nos de que a devoção pelo Mestre infalível, que é o único capaz de nos dizer em nome de Jesus as palavras de vida, nos conduzirá, por sendas seguras, à eterna Verdade.


Segue abaixo o texto do próprio da Missa da Solenidade de S. Pedro e S. Paulo.