D. Chrisóstomo d’Aguiar
Era o dia de setembro consagrado primitivamente a todos os anjos, mas cerca de 530 o Papa Bonifácio II dedicou, na cidade de Roma, no Circo Máximo, uma igreja só ao príncipe das milícias celestes, S. Miguel. E com razão, pois, sendo o seu culto antiquíssimo entre os cristãos, pode dizer-se que passou da sinagoga para a Igreja. Na Idade Média era festa de preceito em toda a cristandade, e na Inglaterra a devoção para com S. Miguel foi particularmente intensa, chegando o rei daquele país, Etelredo, a mandar que se fizesse um jejum de três dias e uma Vigília preparatória da festa.
S. Miguel, nome que significa em hebraico “Quem como Deus?”, alusivo ao combate que se travou no Céu entre o demônio e “o Arcanjo que mereceu ser posto à frente das milícias celestes”, além de ser o glorioso cavaleiro da honra de Deus contra os anjos maus, é ao mesmo tempo o Anjo da prece e da adoração que está junto do altar queimando perfumes para glorificar o Senhor. A seu exemplo, sejamos nós, cristãos, homens de oração e ação, combatendo, com o auxílio de S. Miguel, os inimigos da Lei divina, os adversários da Santa Igreja; mas vamos haurir ao altar a força necessária para levarmos de vencida as “potestades adversas”, na luta com as trevas.
Quando, alcançada a vitória, deixarmos este mundo, será S. Miguel que nos introduzirá no Céu, e por isso muitas vezes a arte cristã o representa com a balança da justiça divina na mão, a balança onde são pesadas as almas. Anjo protetor da Sinagoga, é-o também da Igreja, que sucedeu aquela.
Veneremo-lo e amemo-lo.
| OREMOS São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, cobri-nos com o vosso escudo contra os embustes e ciladas do demônio. Subjugue-o Deus, instantemente o pedimos. E vós, príncipe da milícia celeste, pelo divino poder, precipitai no inferno a Satanás e a todos os espíritos malignos que andam pelo mundo para perder as almas. Amém. | OREMUS Sancte Michael Archangele, defende nos in prælio; contra nequitiam et insidias diaboli esto præsidium. Imperet illi Deus, supplices deprecamur: tuque, Princeps militiæ cælestis, Satanam aliosque spiritus malignos, qui ad perditionem animarum pervagantur in mundo, divina virtute in infernum detrude. Amen. |