Sociedade civil católica, destinada à difusão da Cultura Ocidental e à atuação política em defesa da família, em observância à Doutrina Social da Igreja.

A lógica perversa das “minorias”

Leonardo Brum

Entre as diversas vertentes do marxismo, há aquela mais “tradicional”, economicista, dentro da qual a luta de classes é entendida como sendo a de uma minoria economicamente privilegiada que oprime uma maioria desfavorecida. Outra vertente, inspirada no pensamento de filósofos como Herbert Marcuse, da chamada “Escola de Frankfurt”, inverte a relação de opressão: tem-se agora uma maioria culturalmente predominante que oprime MINORIAS que, sob um ou outro aspecto, não se enquadram nos padrões que a cultura majoritária estabelece como sendo o “normal” (nesse sentido, os esquerdistas costumam falar em “normatividade”).

Conforme o que já escrevi há algum tempo [1], esse discurso coletivista tende a deslocar a culpa dos indivíduos para a sociedade: assim como o roubo do ladrão seria causado pela desigualdade econômica segundo os marxistas clássicos, o assassinato de pessoas com tendências homossexuais seria fruto da “heteronormatividade” de acordo com os neomarxistas.

Dentro dessa lógica perversa, se o “capital financeiro”  — como diria Luciana Genro — é o grande motor da opressão do ponto de vista econômico, qual seria esse mesmo motor, em nosso país, do ponto de vista da cultura? Ninguém menos que a Igreja Católica, que forneceu ao Brasil sua principal matriz cultural! Os diversos protestantismos entram nessa lógica tanto mais se assemelharem à fé católica.

Assim, os católicos são considerados co-responsáveis pelas agressões criminosas que os homossexuais eventualmente sofrem. Há, inclusive, um termo comum para rotular tanto o agressor como o religioso: “homofóbico”. À medida que ambos militam em favor da tal heteronormatividade, um é tão criminoso quanto o outro na mentalidade esquerdista. A diferença estaria apenas no modo em que os crimes são praticados. Enquanto os agressores praticam um crime material, o crime dos religiosos é imaterial e recebem também um nome específico: “discurso de ódio” [2]. Toda essa oposição à nossa fé é mitigada: “não se trata de combater o catolicismo”, dizem eles, “mas o fundamentalismo”. Não se enganem! “Fundamentalista” será qualquer um que levar a fé minimamente a sério.

Nós católicos, não podemos admitir que sejamos tratados dessa maneira e nossa reação passa necessariamente pela rejeição a todo esse vocabulário. “Minorias”, “homofobia”, “normatividade”, “discurso de ódio”, tudo isso é jargão esquerdista, de modo que não podemos nos valer desses termos senão para desmascarar seus desonestos significados. [3]

Um outro fruto podre da lógica perversa das minorias diz respeito à ordem democrática, a qual os esquerdistas dizem defender. Como a vontade da maioria tende a prevalecer nesse regime político, eles estrategicamente procuram outros meios que não os ordinários para defender os “direitos das minorias”. Esse meio geralmente é o Judiciário, que não depende dos votos da maioria. Quem tem se prestado a esse papel no Brasil é, principalmente, o Supremo Tribunal Federal, inclusive usurpando as prerrogativas do poder Legislativo [4][5][6].

Espero que a situação do país melhore ou, pelo menos , que todos os ataques que temos sofrido se atenuem a partir da consolidação do iminente impeachment de Dilma Rousseff.

Kyrie, eleison!

Aracaju, 25 de agosto de 2016

[1] A farsa da “homofobia”
http://institutojacksondefigueiredo.org/atualidades/a-farsa-da-homofobia/

[2] Aqui comento a definição de “discurso de ódio” dada pelo Ministério da Justiça, que não se aplica às ofensas feitas contra os católicos, uma vez que não somos minoria no Brasil:
https://www.facebook.com/leonardobrum85/posts/708300525918075

[3] Dossiê mudanças no vocabuláirio:
https://www.facebook.com/leonardobrum85/posts/513336952081101

[4] Desde 2011 venho documentando os atentados do STF contra a sociedade brasileira:
https://www.facebook.com/leonardobrum85/posts/126741234074010

[5] Ministro Ayres Brito confessa as mudanças CULTURAIS promovidas pelo STF:
https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,para-ayres-britto-stf-esta-mudando-a-cultura-do-pais,960343

[6] Procurador confessa que as estratégias de legalização do aborto não passam pelo Congresso Nacional, tendo que contar com o STF:
https://www.youtube.com/watch?v=FRRJoJpuZP4