Sociedade civil católica, destinada à difusão da Cultura Ocidental e à atuação política em defesa da família, em observância à Doutrina Social da Igreja.

Vida de São Vicente

Francis Mershman, Enciclopédia Católica

Diácono de Zaragoza e martirizado sob o governo de Diocleciano em 304; mencionado no Martirológio Romano em 22 de janeiro, juntamente a Santo Anastácio, o persa; honrado pelos gregos. Este famoso mártir espanhol é representado com a dalmática de diácono e tem como emblemas uma cruz, um corvo e uma grelha. É honrado como padroeiro de Valência, Zaragoza, Portugal etc., e invocado por vinicultores, ceramistas e marinheiros; e está presente na ladainha de todos os santos. Seus escritos eram lidos nas igrejas da África no fim do século IV, como Santo Agostinho atesta em seu sermão 275. As atas atuais (Ata SS., III ene., 6) datam do século VIII ou IX e são uma compilação da tradição Anal. Boll., I, 259 da outra versão. Todos estão de acordo com a vida contada por Prudêncio (P.L., LX, 378). Nasceu em Zaragoza, filho de Eutrício e Enola, naturais de Huesca. Sob orientação do bispo de Zaragoza, Valério, Vicente obteve grandes progressos nos estudos. Foi ordenado diácono e designado para auxiliar na diocese, uma vez que o bispo tinha dificuldades para falar.

Por ordem do governador Daciano, ambos foram presos e levado a Valência, onde foram mantidos encarcerados por muito tempo. Então, Valério foi exilado, enquanto Vicente foi submetido a tormentos cruéis, como o cavalo, a grelha e a flagelação. Em seguida, foi novamente encarcerado numa masmorra e, por fim, colocado sobre uma luxuosa cama, a fim de minar sua persistência. Ali mesmo expirou.

Seu corpo foi jogado para que os abutres o devorassem, mas um corvo o defendeu milagrosamente. Daciano, então, lançou o corpo ao mar, mas ele voltou à costa e foi enterrado por uma viúva piedosa. Despois que a paz foi restaurada para a Igreja, foi construída uma capela sobre seus restos fora das muralhas de Valência. Em 1175, suas relíquias foram levadas a Lisboa; outros afirmam que foram destinadas a Castres, em 864. Carmona, Bari e outras cidades reclamam ter suas relíquias de Vicente. O rei Quilderico levou a estola e a dalmática a Paris em 542 e construiu uma igreja em honra de São Vicente, depois chamada Saint-Germain-des-Prés Regimont. Em Roma, havia três igrejas dedicadas ao santo: uma próxima a São Pedro, outra em Trastevere e ainda outra construída por Honório I e reformada por Leão III em 796. Uma pilastra encontrada na basílica de Salônica, na Dalmácia, mostra uma inscrição do século V ou VI em honra a São Vicente.


Fonte: Mershman, Francis Joseph. “St. Paul the Hermit.” The Catholic Encyclopedia. Vol. 15. New York: Robert Appleton Company, 1912. <http://newadvent.org/cathen/15434b.htm>.

Traduzido por Gustavo Quaranta a partir da versão espanhola disponível em <http://ec.aciprensa.com/wiki/San_Vicente>.

[Segue abaixo oração ao santo por ocasião de sua festa em conjunto com S. Anastácio, a 22 de janeiro, extraída do Missale Romanum, 1943]

OREMOS

Dignai-Vos, Senhor, ouvir as nossas súplicas, a fim de que, sabendo quanto somos culpados por nossas iniquidades, sejamos livres por intercessão de S. Vicente e S. Anastácio, vossos bem-aventurados mártires. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
OREMUS

Adésto, Dómine, supplicatiónibus nostris: ut, qui ex iniquitáte nostra reos esse cognóscimus, beatórum Mártyrum tuórum Vincéntii et Anastásii intercessióne liberémur. Per Dóminum Nostrum Jesum Christum.